sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

E a Revolução, meu irmão?


E A REVOLUÇÃO
Letra e música de Nei Tejera Lisboa

68 foi barra
Plena ditadura
Plena resistência
Plena Tropicália
Plena confusão
Foi um rebuliço lá em casa
Manifestos, passeatas
Festivais de minissaias
Meu irmão limpando a arma
Meu irmão
E a revolução
Que estava por chegar
Tão certo quanto o bem
Sempre vem e vence
Nas histórias infantis
Difícil de aceitar
Que o mal tenha o poder
De escrever na História
Um final tão infeliz

68 foi bala
E mais bala foi setenta e um
E dois, e mais bala foi depois
Sempre alguém sumido de casa
Torturado, morto
Mutilado pelo Estado ao bel-prazer
Boiando no Rio da Prata
Guerrilheiros, jornalistas
Marinheiros, padres e bebês
Boiando no Rio da Prata
Visto num jazigo vago
Ou num muro de Santiago
Ou jogado numa vala comum
68 foi bala
Sempre alguém sumido de casa
Meu irmão
E a revolução

Difícil de contar
Mas fácil de entender
A razão e a hora
De quem vive um ideal
Mais duro é perceber
Se eu fosse te falar
Do Brasil de agora
Que seria tão igual
Miséria, doença
Polícia brutal
Luxúria e mentira
Autoridade sem moral


Gravada ao vivo no Salão de Atos da UFRGS, em Porto Alegre, em 13 de junho de 2015.


Nei – voz e violão
Paulinho Supekóvia – guitarra 
Luiz Mauro Filho – teclados e vocais
Marquinhos Fê – bateria
Edu Martins – baixo
Vini Tonello – teclados
Giovanni Berti – percussão



Clipe extraído do especial da UFRGS TV que pode ser assistido na íntegra em https://youtu.be/vRfTb4sTqco